domingo, 17 de agosto de 2008
Adriana Moreira na Esquina da MPB
Por Mariana Resegue*
A combinação da esquina Ipiranga e São João com música brasileira há muito foi celebrada por Caetano Veloso. Porém a Esquina da MPB vem reinventando essa antiga dupla, apresentando shows da nova geração de músicos brasileiros e de novas tendências, firmando-se como alternativa para os paulistanos apreciadores da boa música. Na última sexta-feira, o palco recebeu a talentosa Adriana Moreira que, com seu jeito próprio de fazer samba, mostrou ser uma das grandes promessas da música nacional.
Criada na quadra da escola de samba paulista Camisa Verde e Branco, Adriana entende e muito de samba. Mostrou isso cantando composições novas, como a bela música “O Sorriso do Sambista” do compositor e amigo Renato Fonte — presente na platéia —, e resgatando composições antigas de músicos como Paulo Vanzolini, Candeia e Paulo César Pinheiro, entre outros. Como não podia faltar, ela também celebrou clássicos de Chico Buarque, Cartola, João Bosco, Dona Ivone Lara e outros grandes nomes da nossa música, inclusive passando por outros ritmos brasileiros como o forró, cantando “Pau de Arara” de Luiz Gonzaga.
Além do repertório diversificado, a intérprete mostrou-se entregue ao público, fazendo uma apresentação de três horas sem intervalo. O público retribuiu de bom grado, dançando e cantando os sambas com entusiasmo. A sintonia entre cantora e platéia foi tanta que Adriana ultrapassou em quase duas horas o horário previsto, entrando madrugada adentro com a sua música. Vale dar mérito também aos instrumentistas da banda: Marcel, com seu cavaquinho cinco cordas, e Junior, com o violão sete cordas, que tocaram de forma harmoniosa, acompanhados da percussão bem ritmada feita pelo filho e pelo sobrinho de Adriana, deixando os sambas ainda mais bonitos.
Ao final da apresentação, e já descalça, Adriana estava em casa. Conversou com o público, atendeu pedidos de músicas e elogiou o ânimo da platéia. São exemplos como esses que mostram que o samba paulista tem muita tradição, apesar de ser pouco conhecido do grande público. Para quem quiser conhecer, vem pra Esquina pra ver.
*Mariana Resegue é estudante de Jornalismo da PUC-SP e de Ciências Sociais da USP e colaboradora da produtora Muda Cultural.
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3 comentários:
Caros amigos...
Tudo muito bom nessa matéria, mais pra provar que o povo da cozinha é sempre deixado de lado, olhem o penúltimo parágrafo...!
abs
Muito pelo contrário; no meu caso sem cozinha, não tem samba.
Samba sem cavquinho, não é samba;
tem que ter um pandeiro e um violão... Já dizia nossa querida "Ivone Lara"
salve, salvem!
ouço o rufo dos tambores
é o rafa e suas panelas
seus temperos e fricotes
lembra muito os antigos
tocatudoaomesmotempo
há braços!
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