Que palhaçada, mais uma vez a Ferrari colocou no "r..." de um brasileiro.
Por: Fábio Seixas
O episódio de ontem em Hockenheim, por incrível que pareça, faz a marmelada de Zeltweg-2002 parecer pueril, com um quê de inocência.
A essência da trapaça foi a mesma: uma ordem do comando ferrarista para que o segundo piloto da equipe abrisse mão da vitória e cedesse passagem ao preferido. A execução também foi parecida: Massa, o Barrichello da vez, quase parou o carro na pista para o colega passar.
A diferença, o que mais incomoda agora, é o cinismo, o teatro premeditado. Da ordem pelo rádio às entrevistas pós-GP, tudo foi pensado pela Ferrari para se safar.
O engenheiro fala pausadamente que Alonso é mais rápido e pergunta se o brasileiro entendeu o recado. Massa declara que a decisão foi dele, em nome da equipe. Alonso, como sempre, afirma que não sabia de nada.
E Domenicali desafia alguém a provar que houve ordem para inverter posições.
Em Zeltweg, pelo menos, Schumacher estava constrangido no pódio, entregou a taça a Barrichello, abraçou--o. No paddock, funcionários da Ferrari balançavam as cabeças, em desaprovação.
Massa faz a trinca com Barrichello e Nelsinho: os três últimos escândalos de subserviência na F-1 foram protagonizados por brasileiros. O emprego foi mais importante para eles, partidários da simpatia verde-amarela, do bom-mocismo brasileiro.
Para a F-1, hoje, o Brasil não é mais o país de três campeões mundiais. É o que produz pilotos simpáticos, joinhas, que fazem o que for pedido. Triste virada.